Organização havia interrompido os experimentos devido a riscos, mas após revisão, avaliou que não havia motivos para alterar o protocolo de testes
A polêmica da hidroxicloroquina continua. Depois de interromper os experimentos com o medicamento, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (3) que decidiu retomar os testes com a droga para tratamento da Covid-19.
Segundo o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom, a OMS decidiu pela retomada dos testes após revisar os dados disponíveis sobre a droga até o momento, concluindo que não havia motivos para interrupção definitiva dos experimentos.
"The Executive Group received this recommendation and endorsed continuation of all arms of the Solidarity Trial, including hydroxychloroquine"-@DrTedros #COVID19https://twitter.com/WHO/status/1268212303092162561?s=20 …
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Apesar da retomada dos experimentos, a OMS ainda aponta que não há qualquer evidência de alguma droga que, de fato, reduza a mortalidade dos pacientes de Covid-19. A agência mantém o programa Solidarity, que vem analisando a hidroxicloroquina e outros medicamentos apontados como promissores contra a doença. Os outros tratamentos em teste são o remdesivir, o lopinavir/ritonavir e o lopinavir/ritonavir em conjunto com o Interferon beta-1a. Participam do Solidarity 400 hospitais em 35 países.
A interrupção tinha sido anunciada no dia 25 de maio, alguns dias depois de publicação de estudo na revista científica The Lancet, apontando aumento de risco de morte por complicações cardíacas entre os pacientes tratados com a hidroxicloroquina utilizando uma amostragem de 96 mil pessoas, conferindo à pesquisa uma amplitude inédita. No entanto, a qualidade dos dados passou a ser questionada, e o estudo será auditado.
Apesar da pesquisa estar sob revisão neste momento, a maioria dos estudos publicados até o momento sobre a cloroquina e a hidroxicloroquina e seu uso contra Covid-19 ainda apontam para a ineficácia do medicamento. Não há, porém, um estudo conclusivo, que siga os padrões mais rigorosos dos testes clínicos, com grupo controle, randomizado e com duplo-cego, considerado o “padrão-ouro”.
Apesar dos estudos, o medicamento passou a fazer parte do protocolo recomendado pelo Ministério da Saúde brasileiro, que indica o uso da droga em pacientes assim que eles começam a apresentar os primeiros sintomas da Covid-19. As pessoas, no entanto, precisam assinar um termo confirmando estarem cientes de que não há comprovação de que o composto funciona.
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