Fenômeno extremamente raro acontece após pulsar 'engolir' e, posteriormente, 'cuspir' sua estrela companheira
Estrelas são corpos espaciais que frequentemente “engolem” outros objetos a sua volta, sejam planetas, detritos ou até outras estrelas. Os pulsares, espécies de estrela de nêutrons, podem, por vezes, devorar suas estrelas companheiras e “vomitarem” uma enorme quantidade de energia. Agora, pela primeira vez, os astrônomos conseguiram assistir a este momento com detalhes requintados.
A observação foi detalhada em um novo estudo apresentado na segunda-feira (1º). Uma equipe liderada pela pesquisadora Adelle Goodwin, da Monash University, observou a SAX J1808.4-3658, uma estrela de nêutrons a aproximadamente 11 mil anos-luz da Terra. O objeto está em órbita com uma estrela comum, como o nosso Sol, e, devido à sua enorme gravidade, passou um longo período sugando material do seu par.
Pulsares podem engolir estrela companheira. Foto: Nasa
Eventualmente, após puxar material suficiente para aquecer, o objeto explodiu liberando uma energia milhares de vezes mais poderosa que o Sol. Goodwin e sua equipe estavam observando a SAX J1808.4-3658 com sete telescópios diferentes, incluindo o Nicer, a bordo da Estação Espacial Internacional. Registrar a estrela “ligando”, como a pesquisadora denomina, só foi possível porque os astrônomos sabiam que isso estava prestes a acontecer graças a uma análise anterior.
Ao avaliar as observações, Goodwin viu algo inesperado. “Esse processo levou muito mais tempo do que a teoria sugere”, afirmou. As teorias afirmam que o processo deve levar de dois a três dias, mas o atraso observado foi de 12 dias.
A explicação seria de que o disco de poeira ao redor da estrela possui mais hélio do que o comum. Porém, para se ter certeza do motivo, será necessária uma análise mais detalhada do sistema.
Via: CNet
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